por Thiago Hueb
@thiagohueb
A origem do abraço
Determinar quando os seres humanos adotaram o abraço como forma de comunicação é uma tarefa difícil. Acredita-se que os homens primitivos não se abraçavam por não confiarem uns nos outros, por isso a prática do abraço teria surgido com a evolução da sociedade e das relações humanas. O abraço surge então, como uma demonstração de confiança e evolui junto com a sociedade, passando a representar também o amor, o afeto, a amizade, a acolhida, a saudade e tantos outros sentimentos.
Em 2007 arqueólogos encontraram no norte da Itália um túmulo com um casal de esqueletos humanos, um homem e uma mulher, em posição de abraço. Os cientistas acreditam que o túmulo teria aproximadamente 6 mil anos e em homenagem ao que seria o primeiro abraço humano registrado, deram ao casal o nome de “Amantes de Valdaro”.
O dia do abraço
A famosa campanha free hugs (abraços grátis) iniciada em 22 de maio de 2004 pelo australiano Juan Mann deu origem ao Dia do Abraço.
Naquela ocasião, Mann foi literalmente abandonado no aeroporto quando, após uma crise em sua vida, decidiu sair de Londres e voltar para sua cidade natal, Sidney, na Austrália. Ao pisar em solo australiano, Mann se viu sozinho no aeroporto sem nenhum familiar ou amigo para recepcioná-lo. Essa experiência nada afetuosa motivou Mann a iniciar uma campanha nas ruas de sua cidade com um cartaz que dizia “Abraços grátis”. A ideia se popularizou e hoje muitos lugares pelo mundo celebram o prazer de dar e receber abraços.
Abraçar faz bem à saúde
O abraço é um gesto universal carregado de simbolismo e que faz bem à saúde de quem o pratica. Abraçar nos deixa mais felizes, pois ele tem a capacidade de reduzir o cortisol, hormônio ligado ao estresse, perda de massa magra, aumento de peso e depressão. Além disso, o abraço ainda atua na liberação de oxitocina, conhecido como hormônio do bem-estar, segundo pesquisa publicada na revista Psychological Science.
O abraço também pode aumentar a produção de endorfina, a mesma substância química liberada com a prática de atividade física, contribuindo também para uma sensação de bem-estar.
O coração de quem abraça é mais saudável, já que níveis mais elevados de oxitocina podem ajudar a reduzir a pressão arterial, diminuindo o risco de doenças cardíacas.
Então, após um longo período em que fomos impedidos de abraçar, justamente para preservar nossa saúde, e levando em consideração tantos benefícios para o corpo e a mente, é chegada a hora de voltarmos a praticar o abraço tanto pelo que ele representa, quanto pelo que nos proporciona.